quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Iron Age

sprawled


on top of a supposed bed that he imagined was there


spilled


like the meager white milk of psychological mothers


cadaverous


as are the stones of the altar of a dirty ancient cathedral


forgotten



PAR

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Físico


A vida tem músculos nas pernas, bem moldados, bem treinados, trabalhados em aeróbica eficaz de nos chutar, a cada minuto, os colhões. PAR'15






Campo Minado



é para ti que faço

mirabolâncias

estrupício de paquidermes

chilreio

de aves migratórias

abro quermesses

e vendo beijos

a varejo

ao desbarate

enrolo-me em mim mesmo

invertebrado

sou desenhista 

essa minúcia 

é o que mais me atrai

é para ti que trago

carambolas

jaboticabas

jequitiranaboias

faço por ti um minimalista

quadro

de algas microscópicas

estudo

a malacologia

das tuas costas

desencontro todos

os encaixes das peças

do quebra-cabeças

que tiveres nas mãos.


PAR'15




terça-feira, 15 de março de 2022

Agora Não!

Tradução do poema, Agora Não, de Paulo Acácio Ramos:

 

Poema:

Agora não!

Não, agora não!

Não faças isso!

Não ponhas a mão!

Não agora, não!

Não inventes!

Não digas não!

 

PAR 2022

 

Tradução:

Não, Agora!

Não saias daqui.

Não calces os pés!

Não sejas assim.

Não agora, não!

Não, agora não!

Não abras a mão.

 

PAR 2022

quarta-feira, 9 de março de 2022

Yesterday / Ontem

 Yesterday


I am a woman

like any other woman

I’m not just any woman

Like every woman is not

I’m a unique woman

like any other woman

I’m not another woman

As is not any woman

I’m a diverse woman.


PAR 2022



Sou uma mulher

Como outra mulher qualquer

Não sou uma mulher qualquer

Como qualquer mulher não é

Sou uma mulher única

Como outra mulher qualquer

Não sou uma outra mulher

Como não o é qualquer mulher

Sou uma mulher diversa.


PAR 2022

Tantos Outonos

 TANTOS OUTONOS




terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Maramento

 Olha! Continuas a deixar espaços entre os teus passos na areia. Pequenos mares. Molha! PAR 2022



 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Ópera Puta

Ópera Puta 

Fá Mi Sol Ré Si Dó Lá... 
Lá Dó Sol Mi Si Ré Fá... 
Fá Dó Sol Si Mi Lá Ré... 

Assassino toda a escala
em um canto
e tu me calas
e nem me notas!

Absorvo toda a escala
Assim sem dó
A tapar o sol
Lá, lá lá lá lá lá lá lá lá!

Ópera Puta 

Fá Mi Sol Ré Si Dó Lá... 
Lá Dó Sol Mi Si Ré Fá... 
Fá Dó Sol Si Mi Lá Ré... 

Assassino toda a escala
em um canto
e tu me calas
e nem me notas!

Absorvo toda a escala
Assim sem dó
A tapar o sol
Lá, lá lá lá lá lá lá lá lá!


PAR - PT




segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Sei lá...

Dia universal de não sei porque ...


Todos os lugares são estranhos,
todos eles,
sem excepção.
Todos os lugares são absolutamente estranhos
e há muitos estranhos habitando neles.
Todos os estranhos são muito estranhos
até serem conhecidos então eles se tornam
ainda mais estranhos ...
Simplesmente.


PAR 2021




quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Abandono Social


Um andarilho mexe com o cimento virtuoso.
Ai de mim!
Um nada permanece na água delicada.
A eternidade faz bolhas em êxtase irreflectido.
As ostras da doença!
As vergas pandémicas provocam agonia de veludo.
Enquanto uma febre húmida arrasa vulcões negros.
Não há nada nas casas distantes…
A dor banha-se na tristeza das dependências ao longe.
E, sim! Uma febre húmida brilha com um abandono roxo.
A sensação estremece nas ostras fermentadas.
Não deve a doença doer por um êxtase congelado?
O absoluto sopra bolhas na água imerecida.
Meu pálido esforço é o êxtase!
Gotas de suor perniciosas.
O absoluto cria bolhas em vulcões estéreis.
Assim, um nada reúne-se ao sumo da dor.
As pandemias estremecem em uma tristeza clara,
Enquanto o sentimento mexe com o êxtase de veludo.
Um rosto vermelho dói por latrinas reflexivas.
Oh, como a doença pondera conhecimentos intuitivos!
A distância brilha como uma delícia roxa.
Não poderia a eternidade dançar ao som do riso imerecido?


PAR




terça-feira, 7 de setembro de 2021

TRANS

Trans Eterno


Trans Mito
Trans Ponho
Trans Formo
Trans Firo
Trans Passo
Trans Torno
Trans Aciono
Trans Porto
Trans Piro
Trans Pareço
Trans Sou
Trans Fico...


PAR




sábado, 4 de setembro de 2021

Versos Ingleses

So Many Autumns

Dawns the Autumn.
a Poem opens itself.
some wings spread.
little mouths open.
flowers blooming 
everywhere.
eyes wide close.
ears wide open.
Open, doors, letters.
Secret Diaries revealed.
Scars still beating.
Above the waters
arrises the mist.
days and waves
keep building 
its Cathedrals.


PAR




Versos Ingleses

Desire Four Walls Around... A Bed to be that Was Completely warm and free from Trees and Clouds. Never Black but Slowly Calm, Always Room, Never Unbearable...

PAR




Versos Ingleses

(drumstick)

Dear diary
yesterday
I killed somebody
who was allergic to dairy
gave him eggs
gave him milk
dressed him in silk
now he is laying
swimming in his own filth
so classic
so well dressed
with his solid pretty face
so placid
so static
so not symptomatic
sumptuous taste
of flower petals
red wine
and shilling wind
licking the back
of my left leg.


PAR




sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Outono em breve...


 

.:.

Poema que estava no banco da praça em que nos sentámos…

 

Olhava-te ali nu!

Nublava teus poros de chuva.

Olhava-te nu!

Trovões do fundo do oceano.

Olhava-te…

Olhava-te…

Orvalhava-te nu!

Molhava-te ali.

 

PAR

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Poema


:

Bananas em uma caverna molhada

O sol brilha como laranjas à noite.
As moscas enfrentam o tempo mais frio!
A lua permanece em uma tristeza congelada.

O vento mantém o sopro do êxtase negro.

Um membro dança com uma lambida intensa.
Dentes escuros rasgam uma pele rosada!
Uma rosa vermelha chora de curiosidade.

Alguma agonia fermentada!
Gritos nas dependências matinais
Caverna molhada emana risos negros.

Os glaciares derretem nas línguas!

O sol reclama bananas reflexivas.
Como as manhãs doem na tristeza vazia do paraíso.
A eternidade chora gotas de orvalho bem merecidas.

E o deserto se banha em ostras fermentadas.
A lua dança para vulcões estéreis.
A delícia da noite!

Na caverna esqueceu-se os silêncios!


PAR





Santa Poesia