quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Meia-volta Volta e Meia

Estive a pensar numa forma
e surgiu-me um círculo...

Circulei à sua volta
redondo como eu podia ser...

Sem arestas pra me podar
Apenas curva a tontear os pés...

lamber o chão
criar vínculos

e ao pensar numa forma
minha cabeça anda à roda

Roda de não saia, gira de não caia,
rabo de arraia que vira moda

te convido pruma festa
e o que resta, que se foda

em roda, à roda... por foda?
que seja boa mesmo que mal dada

mal dada? maldade...!
relaxa que tudo encaixa

e a volta e a roda e em volta
tudo anda outra vez à roda

rodopiei em rodamoinho
sozinho na roda da vida rodei

rodo pio giro cio meto tiro
no centro do alvo acerto um tiro

cai de joelhos um breve vazio 
delicadamente, sem pertencer a ninguém 

sem nitidez morre entre versos
com a boca seca de silêncios

Os vazios se revelam
Em obras póstumas...

páginas rasgadas, submersas
esquecidas, páginas viradas.

Letradas em pensamentos
Que o poeta engavetou...

Trancou, lacrou, 
Como corpos em tumba funda

beija, beija, beija rápido 
e fecha o caixão.


Criação do Coletivo Uni-Versos Poéticos.



http://www.linguafiada.com/2014/01/meia-volta-volta-e-meia.html

Santa Poesia