quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Poema


:

Bananas em uma caverna molhada

O sol brilha como laranjas à noite.
As moscas enfrentam o tempo mais frio!
A lua permanece em uma tristeza congelada.

O vento mantém o sopro do êxtase negro.

Um membro dança com uma lambida intensa.
Dentes escuros rasgam uma pele rosada!
Uma rosa vermelha chora de curiosidade.

Alguma agonia fermentada!
Gritos nas dependências matinais
Caverna molhada emana risos negros.

Os glaciares derretem nas línguas!

O sol reclama bananas reflexivas.
Como as manhãs doem na tristeza vazia do paraíso.
A eternidade chora gotas de orvalho bem merecidas.

E o deserto se banha em ostras fermentadas.
A lua dança para vulcões estéreis.
A delícia da noite!

Na caverna esqueceu-se os silêncios!


PAR





segunda-feira, 9 de agosto de 2021

quatro vezes num mesmo momento de fora para dentro...

adoro verbos
adoro desfazer verbos
adoro o verbo desfazer
adoro substantivos
adoro construir nomes
adoro substanciar palavras
adoro o silêncio da verborreia
advérbios de modo
abordagens modificadas
adoro não adjectivar
amarelos escuros artificiais
adoro a não-transitividade
administrada aos verbos.

PAR
I love verbs
I love undoing verbs
I love the verb undo
I love nouns
I love building names
I love substantiating words
I love the silence of the verbiage
modal adverbs
modified approaches
I love unadjectivization
artificial dark yellows
I love the non-transitivity
given to the verbs.

PAR




I love to see you
I love undoing entries
I love to see everything undo
I love substitutes
I love building denominations
I love giving substance to words
I love the silence of speeches
adverbs that are in fashion
built borders
I love not using adjectives
shallow shady yellows
I love non-transhumanity
given to the unknown.

PAR

adoro ver-vos
adoro desfazer entradas
adoro ver tudo desfazer-se
eu amo substitutos
eu amo construir denominações
adoro dar substância às palavras
amo o silêncio dos discursos
advérbios que estão na moda
fronteiras construídas
eu amo não usar adjectivos
amarelos escusos superficiais
eu amo a não-transumanidade
aplicada ao desconhecido.

PAR

Santa Poesia