domingo, 28 de fevereiro de 2010

28.02.2010



























a poesia que ficou
em minhas unhas
dói ainda


corto os nervos
com a palavra
desejo.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sábado, 27 de fevereiro de 2010

27.02.2010

deixo-me encher
de quem amo
e assim de forma
simples sou feliz.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

26.02.2010























e se não fosse só mais uma
primavera
assim na diagonal
mais uma dessas estações
chuvosas floridas difíceis
um corpo (dissonante)
incrustado
de pedras semi-preciosas
dos rins do planeta...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

25.02.2010

para quê fazer tanto alarde
se nunca precisei de ninguém
para me dizer o que me arde
ou onde o sol se põe num
alaranjado fim de tarde...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conto de Almofadas

vê, vê
tua cabeça pousada
no colo da pessoa amada
quase branca
quase bela
tua cabeça adormecida
sobre o colo de neve
do ser amado!

vê, vê
tua face estampada
no espelho
entre tranças
existirá mais bela
descalça a fugir do baile?

vê, vê
o que mais ninguém
aquilo que nunca
perdeu-se no bosque
perdeu-se em si
maçã  lobo  mordida
menina fera ferida

teu corpo adormecido
teu príncipe encantado
tua boca entreaberta

beijo que tarda
beijo que atordoa
beijo que adormece
nos lábios

vê, vê
o que não está escrito
no teu código genético.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

24.02.2010

não falo a secreta
linguagem das flores
não sei a infinita
significação das cores
sei só do eterno em mim
dos meus poucos amores
sei dos países de maravilhas
e dos moínhos de vento
da inveja dos deuses
sei das noites viradas
do avesso, da garganta
e do corpo de apreço
sei que não saio da linha
sei que não tenho cura
sei do teu cheiro e
do sabor da minha loucura

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sal

todas as praias são distantes,
com seus sons profundos...
com seus deuses ciumentos...
com suas cores mutáveis...
com suas forças dinâmicas...
com seus vazios superlotados.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Desconto de Fadas















a tua ausência permanece
seca
fálica
gigantesca
a pairar sobre a multidão

a tua essência permanece
crua
nua
diabólica
a habitar a solidão

corpo intocado
respiração suspensa

corpo intocado

respiração suspensa

corpo intocado

respiração suspensa
nada é para sempre

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

23.02.2010





















a noite passou afoita
por nós
a noite passou
cheia de pressa
pelos nós dos dedos
a noite não se incomoda
com o tamanho
dos nossos medos
a noite corre
apressa o passo
e passa passarinho
pelo céu da nossa boca
apossa-se do espaço
a noite passou aflita
por nós
e deixou nos olhos
a primeira luz
do dia por vir.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Asnos

Para os chineses, 2009 foi o ano do BOI
e 2010 é o do TIGRE.



Felizes são eles que, a cada ano, trocam de animal.


Nós já estamos há anos com os mesmos burros!!!...



Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Brisa


















o vento sopra
agita a roupa
sua voz revolta
a criar moínhos
conta histórias
numa tarde



aflita!


Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Vento

O amor reporta
histórias da vida
pendura roupas
em um varal que



agita!


Paulo Ramos - Trofa - Portugal


22.02.2010



















no tempo em que se paria palavras
andava assim enjoado e vomitava
não havia canja nem sopa de letras
que desse sossego ao meu ventre
nunca mais tinha fim a azia-poesia.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Outros

O melhor na nossa poesia
é o que nos faz lembrar
da poesia dos outros...


Paulo Ramos - Trofa - Portugal


domingo, 21 de fevereiro de 2010

21.02.2010

um corpo que dói e é inútil
que cai, que se ergue e é
tão fútil e tão agarrado
ao umbigo-cordão, tão preso
ao peso do chão, um corpo
que grita e assalta, impreciso,
a clarabóia, a estufa e o porão
um corpo-pavão de voos curtos
de mão em mão, e mais vale
um, que dois, ou não... um
corpo-caroço de carpo sem mão.

a paisagem é inútil
e você, francamente, não tem coração
assim como coisa meio Jobim
meio outros que não têm a mesma Bossa.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Húmido




















a cor aparta
no branco das brumas
destila chuvas
na manhã






que grita!!!


Paulo Ramos - Trofa - Portugal

20.02.2010

esconjuro

o
medo
ardil
conto
gosto

a

frase
imagem
tonalidade

o

sentido
ouvido
latido

do
coração

daquilo que digo

o

tempo
passado
interior
labirinto
conta
também
para

o

currículo



Paulo Ramos - Trofa - Portugal

P A R

todos me criticam,
seja para bem ou para mal...
eu ouço, calo e penso...
depois, continuo a ser eu,
cheio de novas informações!

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Calor

a dor aperta
em linhas de esboço
e traça planos
na manhã



que abafa.


Paulo Ramos - Trofa - Portugal

19.02.2010

abateu-se sobre o chão
acústico
uma chuva
adstringente e cálida
afogou
em pouco tempo
agonias e angústias
alagados os momentos
amorosos
anódinos
apelos loucos longínquos
aquática submissão
areias movediças
assomou-se sobre as pedras
aterradora
tempestade
avencas desfeitas
ázimas
azedas
azuis...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

18.02.2010

descrevo a ausência
com letras de atrocidade


                    destruo
                    desenformo
                    desenvolvo

prescrevo a essência
com letras de velocidade


                    desafio
                    desfio


                    desisto


                          ...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Lâmina

corolas cobrem
amarelo o dia
põem
nos pés cansados
marolas indolentes
contrariado
movimento
de olhar
rasgam-se telhas
e bocas
vermelhas
a roçar portas
sol que surge
deslindado em
tiras e amor
e suas leituras
flor que aporta
em tempo-espaço
a fazer desenhos
na manhã


que corta.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

17.02.2010

procuro a razão
em cada beijo
cada ponto
no risco do entalhe
procuro a razão
mais simples (e tácita)
das coisas
um relógio desgovernado
a luz filtrada nas treliças
mas não há
não está lá
no nariz
no canto dos olhos
pontas dos dedos
procuro a razão
para esquecer
tua voz nas paredes
a maresia de ti
em mim
oceano-silêncio
chovo-me desconcertado
a trovejar carícias
sobre teu peito
trovão em teu peito
corisco sem rumo
tambor arrítmico
em teu peito
eu que chovo
sobre teu peito
em desconcerto
de percussão
procuro a razão
em teu peito
e quando a festa pára
o silêncio explode em mim
e o mundo calado
diz-me tudo
que nunca quis saber
a cor escorre
sem vontade
e o negro faz-se
branco pela metade...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

16.02.2010



























a dor é branca e verte
sobre os cabelos
a dor abanca seu corpo
no brilho dos olhos
a dor é branca e ocupa
negra
todo o universo
balança vai e vem
na menina dos olhos de deus
balança lá e cá
sob a pele dos ateus
a dor é branca e aborta-se
nas arcadas dos templos
nas escadas dos centros comerciais
na língua dos aborígenes
a dor empanturra-se de nós
e regorgita a espuma
branca
dos mares do sul.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Pequena Sequência Degenerativa ou Regra de Três Simples




















Se Cavaco Silva é muito mau
e Manuela Ferreira Leite é muito pior
mas Paulo Rangel é pior ainda
então nada pode ser pior...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

15.02.2010

cada segundo é só mais um
menos um e eu só a cada
segundo e as fadas vestidas
de girafa mudam de cor
a cada segundo
as fadas pousadas no topo
do mundo
as fadas-girafas-sereias
mergulhadas no mar
até ao fundo
e eu a observá-las
só e somente assim
cada vez mais só
a cada segundo
menos eu a cada segundo
assim menos eu assim
cada vez mais menos eu.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

domingo, 14 de fevereiro de 2010

14.02.2010

dispenso
o peso
que me pões

penso-me então
ainda menino
cansado do teu colo.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sábado, 13 de fevereiro de 2010

13.02.2010

partia-se o coração
a cada batida
a cada minuto passado
pendurava-se o coração
em cada trave do peito
chagas nos pulsos
nas pálpebras
nas pontas dos dedos
o coração aos pedaços
cai ao chão
escorre pelas pernas
o coração oscila
pendurado nos cabelos

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Orgánica
























O pénis
não tem penas
o pénis
tem falhas
tem fissuras
como as folhas
o pénis
desfaz-se
em linhas
em ranhuras
o pénis
flutua
na água
como as folhas
no ar
como as penas
o pénis
define-se
nas falhas
que há entre
as penas
e as folhas.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Boca do Estômago

agora ecoa o grito
nas cavernas do coração
a bater ritmo seco
paredes de labirinto
depois cala-se o grito
profundezas de pele
a parar hiato seco
na boca do estômago
agora gira a roda
sobre si mesma
círculos excêntricos
gira em voltas e gira
e roda e gira
como um monolito
como um asteróide
um pénis erecto
agora aporta em mim
o azul das palavras...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

12.02.2010

navios brancos à vela
cordas e sinos vermelhos
chaves que voam cinzentas
folhas que caem
folhas que apodrecem
folhas verdes que dançam
ferrugem e limo nos muros
poeira nas prateleiras
cristais e gotas de chuva
gravetos e bolhas de sabão
a tarde atordoada
perde-se em nuvens
atreladas ao vento
no ressonar do trovão lento
a tarde entorna-se vermelha
sobre o ouro das folhas

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

11.02.2010

pássaro perdido
voa sem rumo
sem sul
pássaro negro
sombra projetada
no azul-céu
rasto perdido
das luzes
espelho de nada ver
habitante da ausência
das ilhas
rompidos tratados
sabor de marés
sem terras à vista
só há o vazio
da fronteira
das maravilhas

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dentro da Velocidade Nocturna



























quando a música silencia...
a solidão faz-se sonora!

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Rosa

...
Quero que me leves ao rio
disseste
Quero que me leves ao rio
e faças remos dos meus braços
para te navegar de madrugada

Quero que me leves ao mar
disseste
Quero que me leves ao mar
e me faças de espuma e de vento
e me ofereças um peixe de prata

Quero que me leves à fonte
disseste
Quero que me leves à fonte
e de mim faças cântaros brancos
abraçado por tuas mãos d'água

Quero que me leves para casa
disseste
Quero que me leves para casa
e me deites em rendas de lua
trans-bordado na tua almofada

Rosa Lobato de Faria, A Gaveta de Baixo





















..."Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom.

Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores."... (Rosa Lobato de Faria em tom Autobiográfico no JN)

Estive à Procura e Encontrei uma forma de Homenagear Rosa Lobato de Faria, nada, mesmo nada, nada é melhor que as suas próprias palavras sobre si mesma...

Feliz por tê-la Tido no Planeta durante 77 anos.

10.02.2010


quem me lê
não sabe as letras
que eu escrevi
quem me vê
não sabe das horas
que já vivi
quem me seca
as lágrimas
desconhece as cores
que já perdi!

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

09.02.2010

pelo corredor afora
portas e mais portas
pensamento-mão-aporta
e a cabeça não suporta
ler os fios da luz
a desenhar nos olhos
os pés das portas
a raiar nos olhos das portas
e mais portas
fechadas-chaveadas
as portas são furos
nas paredes do universo
as portas fecham
as rimas na boca
de cada verso
pelos corredores afora
as portas são sempre
as portas

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

08.02.2010

dorme descansado sobre meu ombro
um menino que eu amo.
dorme como se não existisse um mundo
à volta dele e à nossa volta nada houvesse
a cobrar-nos um despertar,
a enredar-nos em suas dúvidas.
dorme esse menino, despreocupado,
sobre meu ombro a sonhar...
esse menino, assim a dormir
sobre meu ombro, é quase eu
que sou quase ele e somos
os dois quase nós.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

(em honra a um despertar há 15 anos)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Memento

Lembro-me
a todo o momento
que estamos fadados
ao esquecimento...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

07.02.2010

Chamem alguém que resolva o assunto
Alguém que enterre o defunto
Que defume o presunto
Esteja junto
Cante junto
Tire o unto
...Chamem alguém!

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sábado, 6 de fevereiro de 2010

15 Anos de Amor

Não é todos os dias
que uma relação faz
15 anos de existência
mas para chegar-se lá
é preciso que se faça
do Amor a razão para
viver todos os dias...

Amo-te, meu lindo, amo-te!!!

06.02.2010

assalto às nuvens
qual raios e coriscos
qual caixa de bombons
açúcar a mais no sangue
açúcar a mais no café
deuses a mais para a fé
água que cai do céu
água que cai do céu
água que não aguarda
para cair do céu
água que não para
de cair...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Gatos


















Os nossos Gatos!


Esses bichos malucos e de olhos luminosos,
deuses egípcios, que nós chamamos Fofo e Peta.

Miam e arrepiam, querem comida e mais comida,
mais comida e areia limpa e mais comida, enrolam
os corpos contorcionistas e tiram lá umas sonecas,
depois pulam para os nossos colos, que lhes dão
pertença obviamente… os humanos que são deles,
disto não resta a menor dúvida.

Os gatos, principalmente os nossos, e nós somos
deles, não nos compreendem, não falam português,
mas dizem coisas muitas pelas caras que fazem, as
expressões que nos mostram. Imaginamos o que
seria se fossem eles a descrever a nós, os humanos(!!!)…

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Flores



























as flores não são eternas, o desejo de enviá-las o é...
a emoção de recebê-las, também...
as flores podem ter significados, atribuidos pelos
sábios ou pelos tolos. ah! os tolos, "coitados" dos tolos:
apaixonam-se e mandam flores...
que seria do amor sem os tolos, que seria de nós se não
fossemos tolos?
nós dois, feito tolos, já mandamos e recebemos flores
um do outro, flores lindas e vermelhas, como o nosso
sangue, como o sangue de qualquer um, como o sangue
dos heteros, dos bi, dos tri, dos seja lá o que for...

as flores não são eternas, como já dissemos, o amor
contido nelas é que é...

e há quem diga: "nem só de amor se vive!"

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

05.02.2010


















e assim sem mais
já não te lembras
já não assombras
meu sono incompleto
acordo com medo
que ainda não estejas
tenho receio de contar
meus sonhos
tenho receio de contar-te
ainda que seja
segredado ao ouvido
e mesmo assim não ouças.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

03.02.2010

Sou mais crepúsculo do que aparento
gasto meu tempo a contar momentos
que é feito da manhã que não amanhece
fotografia de alguém que ninguém conhece.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Outra Conversation Sin Piés Or Cabeça...

José: olá
Paulo: Eulália Eduarda! Tás Boa minha Santa?
José: sim e tu?
Paulo: Tá-se bem, como sempre.
Como foram os resultados dos teus exames ginecológicos
José: ainda nao sei
Paulo: Ui, ainda terás cólicas por mais uns dias?!
José: LOL
Nelson: Ah... não encontraram nada! Só um vacuo....
Paulo: Nem a irmã nem ela têm nada...
Nelson: LOL
Paulo: Duas gajas vazias, ocas e frígidas.
Paulo: Tadinhas
Paulo: Fué god quién lo did a ellas-shes
e não me respondas em Português, que eu não entendo
e acho preposterous...
José foi Offline
E já se foi a "mulheire"... Será que caiu no próprio vácuo?
Terá sido sugada pelo seu autorreferente buraco negro?
Terá, apenas, pedido para cagar e saído?
Nelson: LOL
Nelson alterou o estado para Volto já
Paulo: Ai, tantas dúvidas existênciais!
A filosofia humana não é suficiente para dar respostas
a semelhantes interrogações universais.

02.02.2010

vento castiga folhas
sangue corre sobre pele
os beijos, os beijos,
sempre os beijos
tão húmidos e quentes
estalam entre dentes
amar é não saber
que se está perdido
até ter sido encontrado
é contar até cem e
não precisar procurar...

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Santa Poesia