quinta-feira, 9 de junho de 2011

09.06.11



e lá se vai
mais um dia
tão branco
em seus azuis
agora
baixo a cabeça
e deito as paredes
a baixo
dedilho canções
improváveis
em cordas
em cardos
e varais
o som do vento
a cortar as orelhas
tão branco
nos seus azuis
a fugir com pressa
em direcção ao sul
o dia que se vai
espraia-nos sombras
o dia que finda
alonga nosso lado
mais obscuro e
eu agora
bem mais convicto
não preciso baixar
a cabeça
para deitar paredes
a baixo
posso simplesmente 
atravessá-las
caminho erecto
no corredor de varais
que separa a cozinha
da sala
corro corredor afora
e levo horas
para chegar à
porta
aberta de par em par
com seus rodapés
azuis a vibrar
nas arestas brancas
das paredes que me
esqueci de deitar
a baixo
cabisbaixo.


PAR - PT

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