aquelas cujos significados escapam a todos nós, e para as quais todos temos nossos significados pessoais, apesar de as repetirmos exaustivamente ao longo das nossas vidas (numa lista de A até Z)... a seguir, os meus significados que podem, ou não, ser parecidos, diferentes ou meramente complementares aos dos outros que ainda usam seus cérebros para pensar.
Arte - as artes são muitas, os que as fazem são poucos e os que as compreendem nenhuns.
Beijo - um beijo não é só o acto físico dos afectos é, muito mais, o matar uma fome que há muito quer nos matar.
Caminho - o caminho é tudo menos aquilo que gostaríamos que ele fosse, com pedras a enfeitar as beiras.
Desejo - desejo é querença, esperança, procura e secura, desejo é nadar na caixa d'água e ter medo de beber.
Existência - a existência é o espaço mais curto entre o ventre e a cova.
Fragilidade - fragilidade é não saber usar o espelho como escudo quando nos atiram com o ferro de engomar.
Gozar - gozar é ter um prazer profundo durante menos de um segundo.
Honra - honra é depois de recolher os cacos do espelho ainda conseguir ver-se inteiro.
Irreverência - irreverência é aquilo que nos falta quando tentamos ser felizes.
Justiça - justiça é a acção daquele que não sabe julgar sobre o outro que não soube executar.
Ler - ler é ter os olhos abertos e saber discernir, distinguir e interpretar o que falta em forma às palavras e em conteúdo às imagens.
Maluco - maluco é todo o outro, porque não é igual a ti, assim, tu és o maluco do teu maluco e vice-versa mas não exactamente nesta ordem.
Nada - nada não é o vazio, nada é quando o quarto está cheio e nós não conseguimos decidir o que deitar fora.
Olhar - olhar é ter olhos de ler, e nariz de cheirar e mãos de tocar, e língua de saber e ouvidos de aprender, olhar é ficar cego de tanto ver.
Pensamento - pensamento é o relãmpago perfeito que cruzou os teus neurônios e tu não conseguiste traduzir em palavras.
Qualidade - qualidade é sentar em frente ao computador para ler um livro tirado, recentemente, da estante.
Respeito - respeito é aquilo que nos é dado em troca pela forma como damos aos outros.
Sangue - sangue é a fonte de todos os medos, derramamo-lo por medo, doamo-lo por medo e somos somente medo de não haver sangue do nosso sangue.
Tolerância - tolerância é a base da sabedoria, é ter a certeza que o diferente é, tão somente, isso: diferente!
Unidade - unidade é a soma do que não é plural, é a soma do que não é múltiplo, unidade é saber somar o que não somos à quilo que não sabemos.
Vingança - vingança é não fazer absolutamente nada daquilo que estão todos à espera que façamos.
Xis - o xis define as incógnitas das nossas certezas ausentes.
Zero - zero é ponto de partida à chegada, o zero é o fim por princípio.
... mais destas virão em breve ...
PAR - PT
3 comentários:
Talvez sejam as definições mais reconfortantes e sábias que tenha lido até o momento em minha curta e ínfima vida...ainda estou digerindo boa parte delas.
Pode soar de outras maneiras, mas a primeira delas foi loquaz...
Fiquei com o gosto de "vingança" e "existência"...vai render mais tarde.
Ao meu senso, foram complementares.
MUITO OBRIGADO!
Calei...
MUITO OBRIGADO!
Falei... apenas o que me vai nas fibras.
PAR
Como digo eu, me parafraseando(já estou doido assim?, diz eu para eu):
Fantárdigo, fantárdigo.
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