sábado, 12 de junho de 2010

Caravela Insólita

Doce tremor aquele
De um momento de solidão
No chão da sala
Longe demais do quarto
Estamos apenas porque nos somos
Na eternidade de um momento
Gemidos que imitam a fala
Quando há palavras a mais
Doce tremor aquele
Solidão de um momento único
Prazer tenso sem nós
Doce tremor assim
Sem motivo aparente
Para sermos só nós sós
Lavo os olhos de estio
num letárgico sono
já eternamente dormido
Inertes mãos tecem cansadas
Fio de um dia perdido
Na linha do horizonte
Berço de sonhos antigos
Que o vento na cortina
Violentamente embala.

PAR



Trofa - Portugal

Sem comentários:

Santa Poesia