quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Astronautas e Anjos




Um sentimento estranho,
Que me assoma
Há longa data.
E mantém-se o mesmo,
Selvagemmente.
Uma sensação de arrepio,
De “marginal”!
Que não toca,
Infelizmente, somente
A minha pele…
Excita-me os nervos.
Faz-me saltar
Ao menor toque.
Que eu gostava
De conter e dividir
Com as flores de estufa
À minha volta.
Com seus perfumes
Falsos e cheias
De más intenções.
Neste jardim global,
Das aparências
E bons dias.
Pelos canteiros…
Num esforço geral em prol do:
- se não sou a mais bela…
Ao menos tenho melhor cheiro!
E não me cheira ao perfume…
Cheira-me a plástico queimado
A crude na maresia.
Cheira-me a esturro!
Grandes incêndios e fogos-fátuos.
Cheira-me a incenso também…
Mas esse não conta,
Fui eu que acendi!
As flores desperdiçam
Seu viço!
Umas por ranço
Outras por vício!
Cruzam-se flores e ervas daninhas.
Híbridos, de meia-lua e meia-noite,
Exalam aromas estudados e parisienses.
Exsudam suores de medos.
Disfarces de chuvas e orvalhos.
As flores destoam, maquilhadas,
Das folhas de Outono…
Do sol revelador…
E ainda mais do prata-mistério nocturno.

PAR - PT

Sem comentários:

Santa Poesia