quarta-feira, 3 de novembro de 2010

03.11.2010





















de que vale falar-te sobre montanhas
se aqui no leito eu me rio
corro sobre as pedras que cortam pés
abro asas e por azar não alço voo
na paz oceânica do pacífico caos
na inorgânica química dos fluidos
a partir os estrados da cama
partir por estradas desconhecidas


se soubesse voar partia
todas as chávenas da casa todas
as bonecas de porcelana todos
os discos que adoras ouvir
quando achas que estás sozinho


os vizinhos batem à porta
os vizinhos pedem silêncio
os vizinhos dançam o tango
e vagueiam no deserto de Atacama
os vizinhos são apenas seres
abissais com seus olhinhos
brilhantes e sua profunda sede
de saber muito e cada vez mais
sobre o muito pouco que há
para saber!


PAR - PT

3 comentários:

Marcos Burian (Buriol) disse...

Muito bão sr. Paulo.

Se fosse de minha autoria, creio que iria terminar com "os vizinhos que se fodam!" ou algo de mais baixo calão.

É um tosco, este Buriol.

Paulo Ramos disse...

Este Paulo também é Tosco, mas, como já mandou os vizinhos foderem-se, achou melhor não escrevê-lo... já que os vizinhos não lerão, por não terem sido convidados a fazê-lo.

Abraçossauros

PAR

Jack vestida de loba e uivando...ou balindo? disse...

rsrsrrrs...
que bom nun dia de mau-humor, ficar lendo vcs...tudo melhora!!!

Bjssss!

Santa Poesia