terça-feira, 5 de abril de 2011

05.04.11



sorvemo-lo
observamo-lo estar
largamo-lo no ar
um corpo é o vazio
que enche as mãos
buscamo-lo doce
apertamo-lo
tiramos-lhe o ar
um corpo nas mãos
é um produto de um roubo
é um assalto à mão armada
um corpo é uma bomba
que explode nas mãos
que se mistura
solúvel
ao suor das mãos
um corpo é uma ferida 
exposta
um corpo é uma cicatriz
eterna
uma tremedeira
uma obra de arte
tão antiga e tão moderna
olhamo-lo
fazemo-lo estar
obrigamo-lo a ficar
entre as mãos
a unir-se ao vazio
e ficar escrito
nas palmas das mãos...


PAR - PT

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Santa Poesia