quarta-feira, 6 de abril de 2011

06.04.11



queremos tê-lo
queremos lê-lo
queremos comê-lo com as mãos
um corpo nas mãos
escapa etéreo
e separa os dedos
um corpo desce uma escada
tão mecânico
tão absurdo e artesanal
um corpo escapa-nos prosaico
mágico e cínico
as mãos 
tacteiam o ar à volta
o mar em torno
as mãos procuram
um ponto para fixar
sua atenção
os tendões do corpo
são os tendões dos dedos
que explodem nas mãos
que esticam os tendões
do corpo...


PAR - PT

1 comentário:

Marcos Burian (Buriol) disse...

De fato meu caro. Dormir sozinho, não está sendo dormir, por assim dizer. Falar em dizer, já dizia Bandeira, o Manuel:

"Belo belo
não tenho nada que quero..."

Ah, insônias e gripes e mentiras. Combinação fatal.

Abração ae véi, como dizem os mineiros de cá.

Santa Poesia