quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Silêncio Cristalino

O silêncio submarino
Dos teus olhos,
Habita todas as linhas
Dos livros que leio…

O silêncio inexplicável
Dos teus gestos
Acaricia todas
As partes do dia…

O silêncio apressado
Dos teus olhos,
Faz estrondos
Nas paredes dos ouvidos.

O silêncio que se esconde
Em tuas palavras
É complexo como a água
Que se bebe,
É tão simples quanto o fogo…

Teu olhar que resume os silêncios.
E faísca como as noites de ano novo,
Tem detalhes nunca lidos,
Tem recortes indefinidos…
Tem a força dos motores
A explosão…
O seu brilho silencia toda a dor.

O silêncio inter-galáctico
Dos teus olhos
Atravessa as membranas
E os poros…
Incendeia as florestas
Do equador…
Disseca tanto a orquídea
Quanto o beija-flor…

Teu olhar silencioso me fascina
E domina a paisagem sem pudor.
É orvalho, é neblina e é deserto…
Como o ventre estraçalhado.

O silêncio violento
Dos teus olhos
É o instante
Entre a presa
E o predador.

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Santa Poesia