Gosto do momento de limpar um peixe...
de esventrá-lo como quando escrevo
e reviro as entranhas do poema exponho
e atiro ao lixo a sangrenta gramática linguada,
converto o peixe em dinâmica e verto sua
carne balsâmica crio o poema-peixe-bólido
e deixo que nade até se fazer nada no rio
de frases que transbordam teus ouvidos
de oceanos e abismos, deixo que nade
o peixe, deixo que nade o poema e
permito-me afogar num fonema...
Paulo Ramos - Trofa - Portugal
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