a flor pimenta o nariz
e faço existir alternâncias
sou de um mar que não encapela
anseio o vinagre dos beijos
minhas memórias fazem
surgir os buracos nos queijos
o nariz baunilha os olhos
o fruto laranja os dedos
e trago nas mãos abundâncias
sou cornucópia sem volutas
aspiro aos arcos dos tectos
minhas palavras iluminam
as escamas dos peixes.
Paulo Ramos - Trofa - Portugal
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