o absurdo perdeu sua lógica
já não há penas no pássaro
azul da juventude e as fadas
amarelaram-se e lentamente
caem ao chão, a névoa do
sonho dispersa-se sob o sopro
do vento buliçoso e deixa
entrever as manchas húmidas
nas paredes, a urina a cheirar
nas paredes, janelas abertas
para deixar entrar o vazio,
irrespirável, das árvores, dos
bichos, da digestão dos bichos,
da fotossíntese e das mitocôndrias.
Paulo Acacio Ramos - Trofa - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário