há coisas em ti
que me alegram
coisas em ti
que me doem
há coisas
que me roem
outras que
me dão alergias
um corpo que cai
desabalado
sobre um corpo
outro
desavisado
notória presença
de ninguém
a transitória
presença da emoção
no corpo
da bailarina
medo agudo
soprano de engano
o lado escuro da lua
uterino protector
de onde vens
negra criatura?
por que te escorrem
humores pelos olhos
ouvidos nariz?
viro a cabeça
até encontrar a paisagem
e na paisagem
deslinda-se o incógnito
de um arco-íris
cor de sangue
que sai das íris
como ponte inacabada
como ponto
que não põe fim
como interminável
poema
que ninguém
lerá para mim.
PAR
Trofa - Portugal
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