segunda-feira, 25 de outubro de 2010

25.10.2010

























Oh pequeno poema metabólico
dedico a tua existência
às pessoas esquizometafóricas
como eu...
abortei uma ave feto sem asas
vomitei uma flor pássaro sem olhos
dei à luz um astronauta azul
dei à luz um escafandrista de prata
dei à luz uma prostituta esquelética
beijei mãos esquálidas e níveas
lambi peles pálidas e plúmbeas
toquei corpos plácidos e cálidos
sentei-me num banco de praça
pintei-me branco na pressa
esqueci-me dos brincos na missa
fingi que não era comigo
pensei que não estava comigo
pensei que fingia não ser
fingi que pensava não ver
dei asas ao meu coração
dei olhos ao meu coração
dei à luz uma bailarina obesa.


PAR - PT

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Santa Poesia