domingo, 31 de outubro de 2010

31.10.2010





















preciso ver-te nu
verter-te sólido
no peito
preciso permitir
que a pele
te absorva
preciso recolher-te profundamente no cristal dos olhos lacrimejados
preciso saber
se ainda me quererás
habitante do Dédalo
sem fim das tuas veias
se ainda sou acontecimento
inesperado nos teus pesadelos
se ainda continuo
nó nos fios dos cabelos
preciso que me doures
as pontas dos dedos com a tua língua lenta carnuda protuberante
preciso-te sede na borda do copo
preciso-te cedo na beira do corpo
preciso-te sono
sempre a dormir contigo.


PAR - PT

1 comentário:

Marcos Burian (Buriol) disse...

Surfin' birddddd.

Engraçado que tentei postar gif animado e nunca consegui. Devo estar caducando...

Santa Poesia