...O Carnaval segue seu passo, assume o compasso, atravessa
a avenida com suas fantasias e seus passistas e seus instrumentos
de percussão. Moinhos de tantos Quixotes, espelhos de tantas
Alices e girafas de tantos Dalis… Girafas que queimam na frente
dos nossos olhos. Girafas foscas, girafas opacas, girafas e
pescoços de garrafas. Girafas e fogueira. Girafas e Áfricas
e bestas e monstros. Girafas e trapos e avestruzes e restos
de pele.
A voz que temos foi o vento quem a deu, o vento que passou e levou a avenida com suas fantasias e seus passistas e seus instrumentos
de percussão. Moinhos de tantos Quixotes, espelhos de tantas
Alices e girafas de tantos Dalis… Girafas que queimam na frente
dos nossos olhos. Girafas foscas, girafas opacas, girafas e
pescoços de garrafas. Girafas e fogueira. Girafas e Áfricas
e bestas e monstros. Girafas e trapos e avestruzes e restos
de pele.
consigo as flores, os olhares e as vozes das girafas. O vento carrega
em si as vozes e os segredos que as girafas não querem contar e
calaram em suas gargantas, com medo… depois de Salvador Dali
ter posto fogo a algumas delas; desde então, as girafas têm medo
de microfones e pintores surrealistas catalães. As girafas sabem
coisas que não nos querem contar. As girafas engolem em seco
quando lhes fazemos perguntas difíceis, trouxeram códigos indecifráveis
de seu planeta original mas sua nave afundou-se no oceano e suas
vozes foram levadas pelo vento...
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