quarta-feira, 20 de outubro de 2010

20.10.2010





gigantesco mar de olvidos
mar calado que não traz
tua voz nas ondas revoltas
mar de furnas olhos em chamas
que não imita o som da tua voz
mar que limita o céu da tua boca
e engole mitológico a tua voz
farol de ilhas desertas
radar de desertos humanos
sonar de quasares e vírus
mar que salga a garganta
mar que estica as cordas
vocais dos barcos ancorados
no profundo castanho
dos olhos amados
vulcões correntes enseadas
tua foz de rio-sorriso
voz de rio mar eldorado
tua voz é o mar de um
paraíso perdido.


PAR - PT

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