segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tempus Fugit






















O Outono explode,
Em nossas pupilas,
Amarelo e saboroso.
O Outono espanta nossa pele
Com seus dedos mágicos
De calafrios e folhas secas.
O Outono explora nossos pelos
Com suas brisas.
Calor das brasas
Das lareiras adormecidas.

Amanhece o Outono.
Abre-se o poema.
Abrem-se as asas.
Abrem-se os bicos.
Abrem-se flores.
Os olhos semicerram-se.
Ouvidos abrem-se.

Abertas, portas, cartas.
Abertos diários secretos.
Abertas as feridas.

Sobre as aguas levanta-se a névoa.
Dias e ondas levantam catedrais.

Passam os comboios.
Passam as penas.
Corre rápida a escrita.
Várias pontes passam sobre o rio.
Os comboios passam sobre as pontes.
Comboio que corre pelos trilhos.
Pontes de ferro.
Corre o tempo.
Corre o vento.
Correm as águas do rio.
Corre água pelas cloacas.
Cloacas desembocam em rios.
Das cloacas saem ovos.

Rio fundo.
Rio largo.
Rios e afluentes.
Afluentes e cascatas.
Afluentes desembocam em rios.

Rios desembocam em mares.
E o mar é ainda mais amplo.
Mais largo e mais profundo...

PAR - Trofa - Portugal

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