terça-feira, 18 de janeiro de 2011

18.01.11


O verbo
sublinhava-se
em vírgulas
era exclamado
nos cantos
das páginas
ficava entre aspas
a interrogar
o virar arrulhado
das páginas
o verbo
roía-se em
pretéritos
e conjugava-se
reflexivo
no tráfego
das páginas
em seguida
consciente de
seus trânsitos
o verbo
apontava-se
os próprios defeitos
o verbo 
insatisfeito
ligava verbos a
outros verbos
e escorria
hemorrágico
no sequencial 
das páginas
o verbo
desfolhava-se
em leituras
releituras e
metalinguagens
o verbo sempre
era o que
estava por
vir e foi
sempre o que
se pode ver
o verbo
repousa-se
eternamente
em seus 
excessivos
modos...


PAR - PT


(Fotografia - eu e as gaivotas num fim de tarde 
ao pé do mar da Póvoa de Varzim - tirada pelo meu companheiro)

2 comentários:

Marcos Burian (Buriol) disse...

...e novamente, o mar, na foto, na lembrança. Saudades do mar. Itcaré! Onde estás.


Lá longe.

Paulo Ramos disse...

No Planeta Água, é impossível fugir ao MAR, é impossível não AMAR o Mar por mais distante...

Parafraseando Ana Carolina:
..." Eu que não sei quase nada do mar, descobri que não sei nada de mim"...

Sempre, Caro Mio, sempre um abraço grande!

Santa Poesia