Aquiesci aos teus bombons, à balas de açúcar candy que o teu revolver disparava e me descolei de ti, esfreguei a virilha com aço para tirar teu nome de mim, mas não consigo, queimei teu perfume, mas teu cheiro colou-se aos interruptores da casa, acender a luz tornou-se um acto sexual, já assassinei para aí umas oito lâmpadas, estou viciado no limite entre a luz e a escuridão, no toque do interruptor, em lâmpadas queimadas, sento-me em meu colo e conto-me histórias sobre alguém que se transformou em luz, os dias fizeram-se tormentos à espera da noite para acender-te cada toda, não vivo mais um segundo que não seja iluminado artificialmente, comprei o estoque todo das lâmpadas no mercado, mal consigo caminhar por casa, a cozinha está sitiada, não como mais, não chego mais ao frigorífico, não iluminas dentro dele, aumentas-me o prazer ao espreitares, curiosa, meu sexo solitário, meu orgasmo egoísta, do tecto da casa de banho, o barulho do autoclismo, abafa o clique do interruptor, e tu te sucedes por toda a casa até tomares conta do meu sono inquieto a trepanar a persiana, vinda da rua, em néon e mercúrio, até que o sol venha roubar-te de mim por mais umas horas, sinto ciúmes do sol e dos bêbados na sarjeta, chefe de enfermaria emocional, para eles estás sempre presente.
PAR - PT
1 comentário:
E agora?
Agora que não tem jeito...entranhou em ti, não sai mais
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