terça-feira, 20 de julho de 2010

20.07.2010



















E é só amor, nada para ter medo.
Há que acostumar-se às suas asas
A bater em nossas faces
Em espirais intermináveis…
Não há arrependimentos
Não há retrocessos
Há só teu cheiro
Pelos cómodos da casa
A tarde inteira à procura do teu cheiro.

São só as cortinas a bater
São só os lençóis limpos na corda…
Não há fantasmas nem correntes.

E tua voz tem um tom tão doce
Que quase derrete o telefone
E enche meus ouvidos do teu hálito…

Sinto o sabor de tuas axilas
Na ponta da língua e entre os dentes
Conto os cabelos que deixaste
Nas escovas, nos travesseiro e nos pentes.

Bebo água e abro o frigorífico
Á procura do teu cheiro…
Bebo meu vinho e arrasto o sofá
Em busca do teu cheiro…

E é só amor, nada para ter medo.
Há que lhe dar tempo
De fermentar e crescer
De se expandir e subir pelas paredes…
São só os gatos a miar
É só a água a correr…

Não há pesadelos
Nem contas por pagar
É só o teu cheiro
E eu só, só a procurar…


PAR - Trofa - PT

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Santa Poesia