Herbert Marcuse
19 de Julho de 1898 a 29 de Julho de 1979
(Feliz Aniversário)
Em 11 de novembro de 1941 Marcuse escreve a Horkheimer:
"Não sou pessoa de deixar mensagens em garrafas" .
O que temos a dizer não é apenas para um futuro mítico .
Esta frase traduz de maneira exemplar o programa de Marcuse,
o único filósofo da Escola de Frankfurt a levar adiante
o projeto da teoria crítica dos anos 30 – manter unidas filosofia,
teoria social e política radical. Donde suas divergências
com Adorno no tocante ao tema das relações entre teoria
e prática no contexto das rebeliões estudantis de 68, que podemos
acompanhar pela correspondência aqui publicada.
Para Marcuse a teoria crítica tinha a obrigação de politizar-se,
sob pena de tornar-se anódina. Isso significava para ele,
naquele momento, apoio inequívoco aos estudantes rebeldes,
assim como o combate ao imperialismo americano, sobretudo no Vietnã.
Passados 30 anos, Marcuse parece, para utilizarmos uma definição
de Rosa Luxemburgo a respeito de si mesma,
fazer parte de uma outra espécie zoológica.
Nesta era liberal-conservadora em que antigas notabilidades
de esquerda, em nome da inevitabilidade da modernização capitalista,
aderiram cínica e alegremente ao partido da ordem, o intelectual
Marcuse continua a impressionar por sua integridade
política e moral, pela busca sem tréguas de respostas
ao problema da dominação no mundo contemporâneo.
Tendo participado na juventude de um conselho de soldados
na Berlim revolucionária de 1918, evento que o marcou profundamente,
Marcuse daí em diante aplica suas energias intelectuais a entender
por que "todas as revoluções foram também revoluções traídas"
(Eros e civilização) e onde estariam as brechas que
poderiam levar a ruptura do capitalismo.
(Isabel Loureiro, Apresentação a Herbert Marcuse,
Grande Recusa Hoje, p. 7)
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