domingo, 18 de julho de 2010

Roma

18 de Julho de 64 d.C. 
Deflagra em Roma um grande Incendio...


O grande incêndio de Roma teve início na noite de 18 de Julho, 
no ano 64 d.C., no núcleo comercial da antiga 
cidade de Roma, em volta do Circo Máximo.
O fogo alastrou-se rapidamente pelas áreas mais densamente 
povoadas da cidade, com as suas ruelas sinuosas. 
O fato de a maioria dos romanos viverem em insulae, 
edifícios altamente inflamáveis devido à sua estrutura 
de madeira, de três, quatro ou cinco andares, 
ajudou à propagação do incêndio.
Nestas condições, o incêndio prolongou-se por seis dias 
seguidos até que pudesse ser controlado. Mas por pouco tempo, 
já que houve focos de reacendimento que fizeram o incêndio 
durar por mais três dias. O antigo Templo de Júpiter Stator 
e o Lar das Virgens Vestais foram destruídos, 
bem como dois terços da antiga cidade.
Existem várias versões sobre a causa do incêndio. 
A versão mais contada é a de que os moradores que 
habitavam as construções de madeira, usavam do fogo 
para se aquecer e se alimentar. E por algum acidente, 
o fogo se alastrou. Para piorar a situação, 
ventos fortes arrastavam o fogo pela cidade.
Outra versão famosa, porém desmentida pelos historiadores, 
é de que o imperador Nero teria ordenado o incêndio 
com o propósito de reconstruir a cidade de acordo com 
um projeto arquitetônico que a tornaria ainda mais majestosa. 
Há ainda a versão (também insustentável), concebida 
por romancistas cristãos pósteros que, atribuindo ao 
imperador a condição de demente, pretende que ele 
provocou o incêndio para inspirar-se, poeticamente, 
e poder produzir um poema, como Homero ao descrever 
o incêndio de Tróia. No romance "Quo Vadis", ele 
é mostrado tocando sua lira, enquanto Roma ardia.
Na verdade, no momento do incêndio, Nero estava em 
outra cidade e, ao saber do ocorrido, retornou a Roma, 
esforçando-se para socorrer os desabrigados, 
inclusive mandando abrir os jardins de seu palácio para 
acolhê-los. Todavia, o fato de, posteriormente, ter usado 
seus agentes para adquirir, a preço vil, terrenos nas 
imediações de seu palácio, com a provável intenção de 
ampliá-lo, tornou-o suspeito, junto ao povo, 
de ter responsabilidade no sinistro.
Não se sabe exatamente o momento e as razões que 
levaram os cristãos a serem acusados de responsáveis 
pelo incêndio. Historiadores cristãos e também romanos 
(como Tácito e Suetônio, cujas obras denotam acentuada 
antipatia pelo imperador) sustentam que se tratou de 
uma manobra de Nero, para desviar as suspeitas de sua pessoa. 
Uma vez que a tese de "incêndio criminoso" se disseminara, 
era necessário encontrar os culpados, e os cristãos 
podem ter-se tornado "bodes expiatórios" ideais, pelo 
fato de serem mal vistos em Roma. De fato, Suetônio 
relata que as crenças cristãs eram tidas, na época, 
como «superstição nova e maléfica» enquanto Tácito, 
embora acusando Nero de ter injustamente culpado 
os Cristãos, declara-se convencido de que eles 
mereciam as mais severas punições porque 
cometiam "infâmias" e eram "inimigos do gênero humano".
É até possível que alguns cristãos fanáticos, imbuídos 
de conceitos apocalípticos, tenham proclamado, publicamente, 
que o incêndio era um castigo divino pelos "pecados" dos 
romanos, e que prenunciava o novo advento do Cristo, 
o que teria tornado todos os cristãos suspeitos 
de implicação naquela calamidade.
Para Massimo Fini, Nero teria sido caluniado, por 
historiadores romanos e cristãos, 
nesse episódio do grande incêndio de Roma.



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