quinta-feira, 15 de julho de 2010

Walter Benjamin

Walter Benedix Schönflies Benjamin 
15 de Julho de 1892 a 27 de Setembro de 1940

(Feliz Aniversário)



[...]A história é objeto de uma construção cujo lugar não 
é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de ‘agoras’. 
Assim, a Roma antiga era para Robespierre um passado 
carregado de ‘agoras’, que ele fez explodir do continuumda história. 
A Revolução Francesa se via como uma Roma ressurrecta. 
Ela citava a Roma antiga como a moda cita um vestuário antigo. 
A moda tem um faro para o atual, onde quer que ele esteja 
na folhagem do antigamente. Ela é um salto de tigre 
em direção ao passado. Somente, ele se dá numa arena 
comandada pela classe dominante. O mesmo salto, sob 
o livre céu da história, é o salto dialético da revolução, 
como o concebeu Marx. [...] O materialista histórico não 
pode renunciar ao conceito de um presente que não é transição, 
mas pára no tempo e se imobiliza. Porque esse conceito 
define exatamente aquele presente em que ele mesmo 
escreve a história. O historicista apresenta a imagem 
‘eterna’ do passado, o materialista histórico faz desse 
passado uma experiência única. Ele deixa a outros a tarefa 
de se esgotar no bordel do historicismo, com a meretriz 
‘era uma vez’. Ele fica senhor das suas forças, suficientemente 
viril para fazer saltar pelos ares o continuum da história.[...]

Walter Benjamin - excertos de Sobre o conceito da História

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