terça-feira, 29 de setembro de 2009

Três Tempos

Quem ama
só não mata
se a arma
não estiver
ao alcance
da mão...

a uva passa passiva
que espera a mordida
que só deita líquidos
quando espremida...

mais vale voar
na noite e sorver
o sangue da vida...


Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Incidências



Tua sombra
imune ao vento
segue incólume
em passo lento
tua sombra
anorética
vomita-se
nas pedras
do chão!



Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 22 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Fronteiras

Que ninguém me peça orgasmos urgentes
e brilhos nos dentes.
Gosto do tempo e faz pouco tempo
que eu deixei de fumar...
felicidade é coisa que está por um fio... sempre.
Na ponta do fio da teia da aranha,
no risco das unhas do gato que arranha...
 
Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Os Trovões...


Na verdade sou um arco-íris, tenho e gosto de todas as cores, claras ou profundas... sou o mesmo Paulo, sinto isso em mim, desde que nasci... um bebezinho muito velho que anda por este muito, levando porrada e colhendo flores, guardando amores e amigos...sou assim, eu, eu mesmo, desde sempre, sem tirar nem por. Não tenho nem um medo de amar e ainda menos medo tenho de ser amado.




Beijos, muitos, sempre.
 
Paulo Acacio Ramos

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tree Frog

Carruagens de Fogo


A cobra do meu paraíso olhou-me
e disse que, maçã, só amanhã...
Depois enroscou-se, devassa,
na árvore vã do nosso pecado.
Olhei para minha cobra e quase
tive vergonha de não estar nu.
Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Contravisões

Plutão está lá, mas tu não vês, Neptuno também, Urano também…etc.
E não é só por que não vês que não está lá, como o plâncton e as
algas microscópicas, como os vírus que matam sem que se veja, os
vírus estão lá, mesmo que não os estejas a ver. O maior de todos os
medos, é ver escorrer entre os dedos, o último dos nossos medos.
Ninguém vê a quimera, não se toca o sonho, que mesmo que ninguém
veja estará sempre lá… Como uma verdadeira esfinge que observa,
incólume, a queda do teu sonho sobre os ombros das estátuas, teu
sonho transformado em dejectos de pombos, teus sonhos…
Cravos vermelhos aos pés das estátuas de santos nenhuns.
Houve reis, houve rainhas e cabeças a rolar, princípios e fins… e ouro
no corpo de Montezuma, ouro nas jóias da coroa, ouro na pele dos
deuses e nas bolsas dos sacerdotes. O ouro que não se vê, mas que
está lá no fundo das minas, à espera que os homens transformem as
montanhas em crateras.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ensaio de Orquestra


Depois de amar
encostei a cabeça
em teu ventre
e as entranhas
emitiam longínquas
dissonâncias harmónicas...
 
Paulo Acacio Ramos

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Santa Poesia