quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Umas Maneiras Antigas…

Aquela era a maneira

que eu tinha para os saber,

fazendo exame dessa raiz

vulnerável em meu corpo,

à maneira que uma criança

pequena põe tudo:

seixos, chaves, carros plásticos

em sua boca.

Eu deslizei-os para dentro,

um após o outro, como um jardineiro

que planta bolbos de tulipa selvagem

para ver cada flor híbrida,

suas pétalas lustrosas vibrantes.

Eu quis aprender sobre o amor,

E como me transformaria,

minha pele que eu friccionei

de encontro à dele,

seus olhos como a terra

treme em suas profundidades,

uma fortuna de diamantes crus.

Embora fosse frequentemente egoísta

e avesso a tal caos em vigília,

eu aderi à única ciência que conheci.

O petróleo bruto…

porque era lá, na noite fria,

o primeiro homem que descobre o fogo,

a grunhir, batendo insistente a rocha

de encontro à rocha, dobrado nessa faísca.

Estou contente de me ter

refeito com tudo isso.

Quase a metade de um século,

as mesmas caras cumprimentam-se

a cada manhã parda

como uns gatos com fome.

Vocês pensam que vocês são vocês.

Mas, logo, a morte agarrá-los-á

por suas cinturas largas

para empurrá-los um por um para fora de casa,

desligará o interruptor do gás e da água,

porá abaixo as luzes,

tapumes por cima das janelas,

aquelas portas francesas trancadas,

e então, justo quando vocês pensaram

que este era um lar

girou a chave delgada

de ouro na fechadura.

Sem comentários:

Santa Poesia