terça-feira, 9 de junho de 2009
Tudo e Nada Outra Vez
Correntes cinzentas no ar.
O vento passa longo
A carregar nada
Além do cheiro
Da respiração.
Os olhos observam
E focam algo mais
E nada outra vez...
Alguns vêm, alguns vão;
Outros esperam
O encontro com a morte.
O vento passa longitudinalmente,
Observa e ignora
Como se nada
Houvesse a ganhar.
Lágrimas congeladas no ar.
As nuvens recolheram
Para onde
Ninguém se importa,
Nem os olhos
Nem a poeira na chuva.
Como se parece, como ele soa?
O que importa
Se não se puder comparar…
Que dizes?
Por que estás aqui?
O que importa realmente? …
Se as nuvens recolhem-se
Ao nada, outra vez.
Somente um punhado da poeira no ar.
Sussurros perdidos na boca do ar.
Ecos de risos,
Ecos do medo.
Todos recordaram ninguém,
Outra vez.
Rasgos da felicidade,
Gritos de tristeza.
Tudo esbarra outra vez
Sons e ruídos,
Melodia e música.
Nada vai dar forma
Ao nada outra vez.
Paulo Acacio Ramos
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