quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Porteiro não virá Trabalhar, Hoje, pois Está Doente!



reporta à porta um poema
para de porta em porta bater
suporta a porta o rodapé
enquanto a porta fecha-se em par
comporta a porta uma parede
importa a porta (de longe) fechada
exportam-se portas panelas e pentes...

PAR - PT

Cantilena



Colho maços de verbenas,
roxas, brancas e vermelhas.
Fogueira de flores centelhas
a brilhar noites morenas.

Delicados botões de malvas
e intangíveis lírios amarelos.
Miosótis tão simples singelos
entre godos de pedras calvas.

Acho a vida tão pequena
e estou sempre à espera
que donzelas sejam salvas...

Dar-te-ia se pudera
açucenas flores alvas,
mas eu cago nessa cena.

PAR - PT


Sal


há um silêncio
eterno
entre o deixar-se
das bocas
e o encontrar-se
dos olhos
um silêncio de sal
que mora nas lágrimas
que se desfaz
na saliva
há um silêncio
breve
que não se cala
nos lábios
que os olhos beijam
na língua que espera
quieta
pelo silêncio
do nosso amor.

PAR - PT

Mandrágora



eu sou outra pessoa
logo não posso ser o mesmo
não seria eu se não fosses tu
o que é óbvio
e o óbvio é o que melhor
passa desapercebido
já não me sinto eu em mim
sinto-me outro
sou-me não sendo-me
e assim acabo
por não ser alguém
sou apenas ninguém
como tu como ele
como todos e não como ninguém
sou só outra pessoa só
à espera de outro alguém
que não seja só em si
para virmos a ser nós.

PAR - PT

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Embostamento



O cão caga...
A vaca caga...
O pombo caga.
A santa não caga.
A santa é divina
portanto a santa excreta.
A santa verte sangue
no altar.
Os animais vertem sangue
em qualquer lugar.
Os animais desconhecem
a santa
e a santa está
a excretar.

PAR-PT

O que é um Efelante?



É um coiso que tem
uma bronta
e patro quatas...
Seus rés são pedondos,
mentes de darfim
e umas abelhas de orano.
Um Efelante não voa
por que não tem dinheiro
para comprar as passagens.
Mas, sempre que se lembra
manda-nos postais
da Sacana Afrivana.
O Efelante é, um ser,
muito interefante...

PAR - PT

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Língua Gozada



Se fangas na piringanucha,
se chupsulas a malagrufa...
as brincósias renefrezam
e clachincam.
Assim meus baladoles
sinoteiam e o pacassolho
enturjava até às pínxaras.
Bocateques e linjaras são
bonifrascos e provolocam
ejaculácias.
Só desevanjo que
deglumasques a crêmia
iscorrentosa toda.

PAR - PT

Pluviosidade Moderada nas Terras Altas



Olha!
chupa-lhe a pilastra
até às brenhas,
lambe bem a chicha
da chanca...
Não te esqueças
das frinchas
da marrona!
Escarafuncha
o zinabre da greta
e escavaca
as vincas da olhota.

PAR - PT

Santa Poesia