Amália da Piedade Rodrigues nasce numa família
pobre e numerosa, que, vinda da Beira Baixa,
tentava a sorte na capital. Passado pouco tempo,
os pais voltam para a província, e deixam Amália
com quatorze meses a viver com os avós maternos.
"Dizia-me a minha família que aos 4 anos
já ganhava a vida a cantar, pelas vizinhas que diziam,
<ó Amália anda cá, canta lá esta>. E eu cantava.
E depois lá pelos 7, 8 anos comecei a ouvir
as vizinhas lavar a roupa na selha
e cantar o fado, que eu não sabia o que era fado.
Depois, aos meus 12 anos comecei, já internacional,
a cantar os tangos do Gardel, que ouvia nas fitas,
e vinha para casa sem saber o que dizia,
mas ouvia o som, o som das palavras
soava-me como parecia que era,
e quase que era, porque no fundo como sabe
a língua espanhola é muito parecida com a nossa,
e para quem tem um ouvido
e um poder dedutivo entende mais depressa
do que uma pessoa que não tem ouvido, nem esse poder.
Então, eu quase que imediatamente
aprendia as coisas. E então cantava o Carlos Gardel todo."
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Amália Rodrigues
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