sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Testosterona

Abraçávamos
as colunas
principais
do edifício
na esperança
de sustentar
o arco
da abóboda
de um templo
construído
sobre os
restos mortais
de Cupido.
















Paulo Ramos - Trofa - Portugal

Figura e Fundo...

Ao fundo uma flauta que não se ouve,
um som que nada ecoa ou reverbera.
Ao fundo a voz que retorna em vômito,
que treme cordas que, maré alta,
recobre os corpos e assusta gaivotas...
Ao fundo música de percussão e o som
dos mares nas conchas e nos dedos dos pés!







 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paulo Ramos - Trofa - Portugal

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

100 palavras

100 palavras são tão poucas...
100 palavras para descrever...
100 sentidos para explicar...
100 sentidos para não acordar....

Paulo Ramos - Trofa - Portugal



































domingo, 22 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Que Assim Seja...

Quero que as borboletas
sejam livres
para ir aonde quiserem.
Amo a tudo, sem distinção
momentânea ou diária...
Amo as moscas e a merda
em que pousam.
Amo as flores e as abelhas
que pousam.
Amo a chuva e as telhas
Amo as coisas brancas
e as vermelhas.
Amo os flocos de neve
e as centelhas...
Amo e amo e amo, outra vez,
e volto, novamente, a amar.



Paulo Acacio Ramos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pedras na Selva



São Paulo auto-superada
santo desesperado
de vias e acessos
e curvas...
São Paulo de Sé e fé
nas tardes de chuva
e noites de não dormir
São Paulo Azul-cinzenta
respingada do nosso magenta.






Paulo Acacio Ramos

domingo, 8 de novembro de 2009

Importante e Consciente...

21 DE NOVEMBRO, 16 HORAS, NA CASA-DE-LÓ (Travessa de Cedofeita, 20 A), PORTO



Sábado, 21 de Novembro será a apresentação do livro infantil A Princesa e a Andorinha.

S. Marisa Ramos C. recorre ao tradicional conto infantil para nos apresentar uma história com um final feliz atípico mas, ainda assim, verosímil.

A Princesa e a Andorinha reúne todos os elementos essenciais que apelam à reflexão de adultos bem como ao deslumbramento dos mais novos. Espelho da realidade, o conto pretende reeducar mentalidades ao ser um veículo transmissor de valores culturais e conhecimento. O livro retrata o percurso de uma jovem princesa triste que encontra a felicidade no refúgio da sua amizade com a andorinha Sissi. Esta vem a transformar-se numa igualmente bela princesa, desaparecida do reino do Gana há muito tempo, e entre as heroínas nasce um amor terno e sincero. Juntas enfrentarão uma sociedade regida por dogmas seculares.

O evento conta com as presenças de Marisa Ramos, a autora do livro, e do psicólogo Dr. Nuno Carneiro, profissional com experiência psicoterapêutica intensiva e continuada com crianças e com a realidade lgbt. Haverá leitura do livro para as crianças e adultos presentes e haverá espaço para discussão do tema e perguntas e respostas, assim como distracções para os mais novos.

Todos estão convidados a aparecer na Casa-de Ló, na Travessa de Cedofeita 20 A, no Porto, no dia 21 de Novembro, às 16 horas, e a trazer amigos, família, crianças!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Que Seja um Rio, sempre...




Que o Rio seja
de Janeiro
que seja o primeiro
a tocar o mar
que seja um Rio
que rasga Favela
e vê da Janela
o morro e o céu
que seja o Rio
do ano Inteiro
de braços abertos
e sorriso brejeiro...

Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

... Não há ...



Não, Eu nunca fui ao Brasil...
Nunca fui, não há um Brasil
Há muitos Brasiles e há muitos
Lugares Míticos e Mágicos e
Trágicos, chamados Brasil...

Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Serviço de Quarto no Inferno

o corpo que não é meu
o corpo que não é teu
deixou-se de medos
deixou-se de culpas
tornou-se corpo de luta!


Paulo Acacio Ramos

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sonhos Outros

tell me then
what to do to the pieces
the shards, the remains
not swept away by the wind,
of me on the floor ...
I do not want to be the man
of your dreams,
I want to be the man of mine.






digam-me então
que fazer aos pedaços
aos cacos, aos restos
não varridos pelo vento,
de mim no chão...
não quero ser o homem
dos vossos sonhos,
quero ser o dos meus.

...

Paul Acacio Ramos

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Três Tempos

Quem ama
só não mata
se a arma
não estiver
ao alcance
da mão...

a uva passa passiva
que espera a mordida
que só deita líquidos
quando espremida...

mais vale voar
na noite e sorver
o sangue da vida...


Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Incidências



Tua sombra
imune ao vento
segue incólume
em passo lento
tua sombra
anorética
vomita-se
nas pedras
do chão!



Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 22 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Fronteiras

Que ninguém me peça orgasmos urgentes
e brilhos nos dentes.
Gosto do tempo e faz pouco tempo
que eu deixei de fumar...
felicidade é coisa que está por um fio... sempre.
Na ponta do fio da teia da aranha,
no risco das unhas do gato que arranha...
 
Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Os Trovões...


Na verdade sou um arco-íris, tenho e gosto de todas as cores, claras ou profundas... sou o mesmo Paulo, sinto isso em mim, desde que nasci... um bebezinho muito velho que anda por este muito, levando porrada e colhendo flores, guardando amores e amigos...sou assim, eu, eu mesmo, desde sempre, sem tirar nem por. Não tenho nem um medo de amar e ainda menos medo tenho de ser amado.




Beijos, muitos, sempre.
 
Paulo Acacio Ramos

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tree Frog

Carruagens de Fogo


A cobra do meu paraíso olhou-me
e disse que, maçã, só amanhã...
Depois enroscou-se, devassa,
na árvore vã do nosso pecado.
Olhei para minha cobra e quase
tive vergonha de não estar nu.
Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Contravisões

Plutão está lá, mas tu não vês, Neptuno também, Urano também…etc.
E não é só por que não vês que não está lá, como o plâncton e as
algas microscópicas, como os vírus que matam sem que se veja, os
vírus estão lá, mesmo que não os estejas a ver. O maior de todos os
medos, é ver escorrer entre os dedos, o último dos nossos medos.
Ninguém vê a quimera, não se toca o sonho, que mesmo que ninguém
veja estará sempre lá… Como uma verdadeira esfinge que observa,
incólume, a queda do teu sonho sobre os ombros das estátuas, teu
sonho transformado em dejectos de pombos, teus sonhos…
Cravos vermelhos aos pés das estátuas de santos nenhuns.
Houve reis, houve rainhas e cabeças a rolar, princípios e fins… e ouro
no corpo de Montezuma, ouro nas jóias da coroa, ouro na pele dos
deuses e nas bolsas dos sacerdotes. O ouro que não se vê, mas que
está lá no fundo das minas, à espera que os homens transformem as
montanhas em crateras.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ensaio de Orquestra


Depois de amar
encostei a cabeça
em teu ventre
e as entranhas
emitiam longínquas
dissonâncias harmónicas...
 
Paulo Acacio Ramos

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Metonímias

Toda a Praia é Metafórica...


Todo o Sol é Pleonástico...


Todo o Amor é Patafísico!


Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 21 de julho de 2009

Dia de Amigos é Todos os Dias...

Os Amigos têm o ar calmo
de quem não espera,
de quem conhece o dia.
Os Amigos emitem o aroma
do sol e conspiram suores,
conjuram a sede nos dentes.
Os Amigos são a sombra
de si mesmos, como uma
flor que se dá a colher.

Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Coisas que Um Cão Arraste...




Não estou interessado em falar nem em ouvir falar sobre os companheiros de ninguém,
e não sou nada bom a fingir que estou interessado.
Por isso digo logo que não me interessa.
E não é um Rapaz, é toda e qualquer pessoa que possa estar envolvida emocionalmente
com outra, não faço juízos das relações de ninguém.
Cada um deve seguir, com suas relações, conforme lhe apeteça, a minha opinião é inútil e desnecessária.
Faria juízos de qualquer maneira, assim, para evitá-lo, não falo nem ouço falar e tu,
pessoa adulta e inteligente, devias, supostamente, entender a minha posição.
Não quero falar com ninguém sobre ninguém, nem sobre ti, nem com o Príncipe Carlos
sobre a Camila, nem com ninguém sobre outro alguém com quem tenha uma relação
emocional.
As relações e os comportamentos pertencem a cada um, e ninguém nunca os será capaz
de decifrar...assim sendo, não vale a pena o tempo dispensado a ouvir nem a falar.
A cada dia que passa torno-me niilista no que tange ás emoções de terceiros... sei das minhas
e muito pouco, não posso ajudar a compreender aquilo que nem eu compreendo.
As emoções são como a manteiga, a maioria passa-as em grossas camadas no pão ao pequeno-almoço, engolindo-as a seguir, para passar o resto do dia afrontado, não estou para aí virado. Deixei-me de lamúrias com relação ao que quer que seja, tornei-me ainda mais frio com relação aos dramas da plebe rude. Estou-me a cagar para a Maddie e as crianças desaparecidas em combate, estou-me a cagar para as mães, boas ou más. E as tias que tentam ser mais mães que as próprias e as mulheres que acham que a maternidade é divina, e as divindades que acham
que o feminino é imaculado etc. Estou a deixar-me cada vez mais de conices e paneleirices, coisinhas e detalhes, sub intenções e subtextos.
Adeus Shakespeare e suas Metafóricas Pirocas do Poder, Bem-vindo Genet e suas Objectivas Pirocas Desterradas. Morte à Ciência e à sua falta de Objectividade. Morte à Política e sua inexistente eficácia legalista. Não há mais conhecimento do que havia há 100 anos atrás, foi apenas manipulado para parecer novo, máscaras sociais de um saber em vias de apodrecimento.
Tenho também escrito o meu Diário de Bordo, que pretendo publicar aos 45 anos de idade e que se vai chamar “Cais do Parto” ou “A Importância da Virgindade de Maria Santíssima para a Manutenção dos Lavores Arcaicos dos Países Subdesenvolvidos”. Nietzsche em Pastilhas e Kierkegaard na Veia...
Panaceias Universais como o Alho, o Vinagre e o Limão. Busco Liquefazer o Papa e beber o Sumo Pontífice. Quero roubar todas as flores que são deixadas diariamente no túmulo de Lady Di e depositá-las, descaradamente, no de Madre Teresa de Calcutá. Já que Puta por Puta, prefiro a Santa. E deixar os Urros Ensandecidos da Urbe Asquerosa Morrer nos Ouvidos Como Ecos de Todas as Inúteis Revoluções Humanas, percebes?
C’est comme ça, meinen lieben freunden.
Paulo Acacio Ramos

O Chumbo das Horas




Cai a tarde
de chumbo
sobre si mesma
e só...
lembrei-me
de mandar-te
um beijo,
telepático,
que te guarde,
que te cuide,
que te traga
de onde
quer que estejas!


Paulo Acacio Ramos

Barroco

Os restos cinzentos
do teu, e meu, medo
ainda jaziam chão
quando eu cheguei.
Havia manchas suspeitas
no tapete que pus a lavar.
Os peixes ficaram
estranhamente mudos,
quando me viram,
submersos.
Havia um galo
a cantar por perto
e vizinhas nos varais.
Tirei as naturezas
mortas da parede,
que sorriu timidamente.
Os galos calaram-se,
mas, a conversa dos peixes
não faz o menor sentido!
Paulo Acacio Ramos

Carnavais



Por Agostos sem fim
há um sol que foge
e entram Setembros
de folhas...
Outubros amarelos...
Caminho nas ruas
com o vento nos olhos,
Novembros orvalhos.
Lágrimas turvam
o sangue a correr,
Dezembros em festa.
Promessas de novos
Janeiros.
Promessas demais...
promessas de mais
Carnavais.


Paulo Acacio Ramos

sábado, 11 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Virgem




Quero a palavra
que não quer ser boi
a meio da manada.
Palavra pedra
a partir vidraças
ou pluma
que faça cócegas.
Quero a palavra
faixa de ataque,
caixa de ideias
e de emoções.
Quero a palavra
sol que domine,
lua que alucine.
Quero a palavra
que, virgem,
não conheça língua.


Paulo Acacio Ramos


Retrato de Família

Sorrio
Sempre
Quando
Esbarro
Numa
Memória
Tua
Pelos
Rodapés
Em
Casa.
Levo
Comigo,
Então,
Presenças
Distraídas.
Abro
Portas,
Abro
Portas,
Abro
Portas.

Paulo Acacio Ramos

Retrato de Família, originally uploaded by PauloAcacio.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Imagem

Teu Beijo é um vício.
Teu beijo é o indício
de todos os meus pecados.
É o alimento
de todos os deuses.
Aporta em meu início
com as asas
de um anjo torto.
E eu só desejo
beijar cada palavra
dita por ti.
Beijar cada hora
que tu vês passar.




Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Beheaded Poem


I beheaded a poem

For you... my rhyme

I cleaned its insides

I took off its eyes

For not having to bear

The humidity of the tears

I blew the letters up...

I threw the letters down

I washed the poem clean

I've let the scales dry

So I could do a helmet

To avoid beheading...



Paulo Acacio Ramos



Amava-lhe o corpo

incerto

como quem cheira

invernos

à procura de flores

perfume

numa neve saudade

de primavera

emigrada...




Paulo Acacio Ramos



quarta-feira, 1 de julho de 2009


Quem procuras, não está

quem te busca, já esteve

e eu, dizendo a verdade,

nunca vim a este lugar...


Paulo Acacio Ramos

Cru


Carne Crua

Amor que sua

Amor que soa

Como os sinos

Toque de recolher

Trovões ao longe

Corpo treme

Corpo ecoa

Reflecte sons

E repousa.


Paulo Acacio Ramos

segunda-feira, 29 de junho de 2009


Compunha Canções Sem Ritmo


À Espera que Escutasses


O Castanho dos Meus Olhos...





Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Trabalho


não tenho feitiços

mas trago sortilégios

nas lágrimas de alegria

que derramo à tua chegada...


Paulo Acacio Ramos

Craft


I have no spells

but I got some sortilege

in the tears of joy

that my eyes spill

on your arrival...



Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 16 de junho de 2009

Feed Back


Ninguém sabe quem eu és
Tu sou nós e eles talvez
Dele somos voz e canto
Vosso rio, mar e pranto!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Nenhum Segredo




Há coisas que gosto:

Livros, filmes, discos, nuvens, trilhos, chuva, São Paulo (o santo), São Paulo (a cidade), São Paulo (a catedral), São Sebastião (o santo), Rio de Janeiro (a Cidade de São Sebastião), Sebastiane (o filme de Derek Jarman), coelhos, gatos, girafas, bonecas vodu, Tim Burton, Miniaturas, cartoons, banda desenhada, quadrinhos, Gótico, Maneirismo, Barroco e Surrealismo, Hitchcock, Almodôvar e Kubrick, Barbra Streisand, Ithamara Koorax e Nina Simone, Passarinhos, Bonsai e Pedras Semi-preciosas, Blade Runner, Birds e Brokeback Mountain, tentáculos nos testículos, trogloditas poliglotas e expectoração especulativa, Nelson Rodrigues, Ionesco e Arrabal, Dias de Outono, Tardes de Primavera, Noites de Inverno e Manhãs de Verão, Amores eternos, romances heróicos e mitologia, a Bíblia, o Corão e a Torá, o Gilgamesh, o Mahabarata e Alice no país das maravilhas, meu homem, meus irmãos e minha mãe, meus amigos, coisas simples, desafios complexos e pessoas de todos os tipos, Psycho, Eduardo mãos de tesoura e A noiva cadáver, Plantas Carnudas, Plantas Carnívoras, Joaninhas e Libélulas, Strangers on a train, Nightmare before christmas e Midnight in the garden of good and evil, Coppola, Bruce Willis e Johnny Depp, Sexo real, sexo virtual e sexo imaginário, morangos, melancias e Sushi, bocas, nádegas e mãos, mistérios, poesia e água, metáforas, fantasias, queijo de minas, pão de batata e pão de queijo, macarronada e feijão preto, ovo frito, pipocas e pinguins etc.

Há coisas que não gosto…



Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 9 de junho de 2009

Centro de Tratamento Intensivo


Adorei...

O Show "Elas Cantam Roberto"...

Mas senti falta de terem convidado Ithamara Koorax,
seria um banho ter Roberto na sua Voz...

Mas senti falta de Marília Barbosa, a melhor intérprete
da canção "OLHA" de todos os tempos...

Mas senti Falta de Marisa Monte e Jane Duboc e Lucinha Lins.

e dispenso, sempre e em qualquer show ou disco ou DVD
a presença de Ivete Sangalo, que para mim nunca fez mais
nada a não ser levantar poeira...

Tudo e Nada Outra Vez

Correntes cinzentas no ar. O vento passa longo A carregar nada Além do cheiro Da respiração. Os olhos observam E focam algo mais E nada outra vez... Alguns vêm, alguns vão; Outros esperam O encontro com a morte. O vento passa longitudinalmente, Observa e ignora Como se nada Houvesse a ganhar. Lágrimas congeladas no ar. As nuvens recolheram Para onde Ninguém se importa, Nem os olhos Nem a poeira na chuva. Como se parece, como ele soa? O que importa Se não se puder comparar… Que dizes? Por que estás aqui? O que importa realmente? … Se as nuvens recolhem-se Ao nada, outra vez. Somente um punhado da poeira no ar. Sussurros perdidos na boca do ar. Ecos de risos, Ecos do medo. Todos recordaram ninguém, Outra vez. Rasgos da felicidade, Gritos de tristeza. Tudo esbarra outra vez Sons e ruídos, Melodia e música. Nada vai dar forma Ao nada outra vez. Paulo Acacio Ramos

terça-feira, 2 de junho de 2009

As Garças passarão
sobre as chaminés
que produzem nuvens
que choverão sobre
suas asas...
As Garças cairão
tão graciosas quanto
voavam e esborrachar-se-ão
no chão...
A Brisa da tarde
acariciará os ramos
a Brisa trará seus Jasmins
e provocará reacções alérgicas.


Paulo Acacio Ramos

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Cascalho

há aves que caem
do céu como gotas
de orvalho e então
perfuram o branco
dos olhos espalham
os sonhos na pele
do espelho convexo
há aves que caem
do céu como nuvens
vermelhas espalham
as penas nas pedras
de cascalho.

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Abortei a missão,


não parto mais pratos


não gosto mais do cheiro


limpo obsessivo das coisas


guardadas e da naftalina!!!


Paulo Acacio Ramos


-.-

domingo, 19 de abril de 2009

Pontilhismo

O azul-tijolo dos teus olhos
realçava-se no vermelho das árvores
dava notas agudas ao verde das nuvens...
impresso e expresso em pontos transparentes
não permite realidades mais falsas
nem aglomera as mentiras
semi-tonais da brisa.

Paulo Acacio Ramos

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Abril

Nosso azul
nunca foi á piscina
menina dos olhos
cor de abacaxi
flor de cebola
cortada e carpida

Nosso azul
guarda em si
a sombra das pétalas
o sabor nas papilas
salivadas e submersas

Nosso azul
tem o toque
do ananás
nuances de lilás
e cortes de luz
coroas de espinhos
anéis de saturno

Nosso azul
é marinho
profundo e soturno
tem laivos
de escamas
lentidão de larvas

Nosso azul
não está no sangue
exala do solo
exuma o corpo
da nossa solidão

Nosso azul
faz-se prisma
e separa
as sílabas
do espectro
no arco das íris
dos olhos dos furacões

Nosso azul
escorre leitoso
dos furos
dos buracos todos
das nossas cabeças

Nosso azul
põe-se à janela
a cuscar as vizinhas

Nosso azul
habita os olhos
das gaivotas
e os olhos
das sardinhas

Nosso azul
anda nas ruas
e dorme embaixo
das pontes

Nosso azul
é flor de laranjeira
é farda de aviador
ave do paraíso
pinguim e geladeira

Nosso azul
é uma cor duvidosa
às vezes é negro
outras vezes
cor de rosa.

Paulo Acacio Ramos

Santa Poesia