domingo, 21 de fevereiro de 2010

21.02.2010

um corpo que dói e é inútil
que cai, que se ergue e é
tão fútil e tão agarrado
ao umbigo-cordão, tão preso
ao peso do chão, um corpo
que grita e assalta, impreciso,
a clarabóia, a estufa e o porão
um corpo-pavão de voos curtos
de mão em mão, e mais vale
um, que dois, ou não... um
corpo-caroço de carpo sem mão.

a paisagem é inútil
e você, francamente, não tem coração
assim como coisa meio Jobim
meio outros que não têm a mesma Bossa.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

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Santa Poesia