vê, vê
tua cabeça pousada
no colo da pessoa amada
quase branca
quase bela
tua cabeça adormecida
sobre o colo de neve
do ser amado!
vê, vê
tua face estampada
no espelho
entre tranças
existirá mais bela
descalça a fugir do baile?
vê, vê
o que mais ninguém
aquilo que nunca
perdeu-se no bosque
perdeu-se em si
maçã lobo mordida
menina fera ferida
teu corpo adormecido
teu príncipe encantado
tua boca entreaberta
beijo que tarda
beijo que atordoa
beijo que adormece
nos lábios
vê, vê
o que não está escrito
no teu código genético.
Paulo Ramos - Trofa - Portugal

1 comentário:
Encantei-me pela poesia. Leve, solta, livre, verdadeira. Gostosa de ler, de apreciar...
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