quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conto de Almofadas

vê, vê
tua cabeça pousada
no colo da pessoa amada
quase branca
quase bela
tua cabeça adormecida
sobre o colo de neve
do ser amado!

vê, vê
tua face estampada
no espelho
entre tranças
existirá mais bela
descalça a fugir do baile?

vê, vê
o que mais ninguém
aquilo que nunca
perdeu-se no bosque
perdeu-se em si
maçã  lobo  mordida
menina fera ferida

teu corpo adormecido
teu príncipe encantado
tua boca entreaberta

beijo que tarda
beijo que atordoa
beijo que adormece
nos lábios

vê, vê
o que não está escrito
no teu código genético.

Paulo Ramos - Trofa - Portugal

1 comentário:

Geraldo disse...

Encantei-me pela poesia. Leve, solta, livre, verdadeira. Gostosa de ler, de apreciar...

Santa Poesia