terça-feira, 4 de maio de 2010

As Asas da Vingança...

As harpias (gr: ἅρπυιαι), na mitologia grega frequentemente representados como aves de rapina com rosto de mulher e seios. Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros, as Harpias traduzem as paixões obsessivas bem como o remorso que se segue a sua satisfação. Na mitologia grega, as Harpias (do grego hárpyia, "arrebatadora") eram filhas de Taumas e Electra e, portanto, anteriores aos olímpicos. Procuravam sempre raptar o corpo dos mortos, para usufruir de seu amor. Por isso, aparecem sempre representadas nos túmulos, como se estivessem à espera do morto, sobretudo quando jovem, para arrebatá-lo.

Parcelas diabólicas das energias cósmicas, representam a provocação dos vícios e das maldades, e só podem ser afugentadas pelo sopro do espírito. A princípio duas - Aelo (Ἀελλώ) (a borrasca) e Ocípite (Οκύπητη) (a rápida no vôo) - passaram depois a três com Celeno (Κελαινώ) (a obscura) também chamada de Podarge (Ροδαργε). O mito principal das Harpias relaciona-se ao rei da Trácia, Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: tudo que fosse colocado a sua frente, sobretudo iguarias, seria carregado pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos o que não pudessem carregar. Perseguidas pelos argonautas, a pedido de Fineu, obtiveram em troca da vida a promessa de não mais atormentá-lo. A partir
de então, refugiaram-se numa caverna da ilha de Creta.

"...E, quando me cansar dessas farsas ímpias,
Pousarei no seu peito minha esbelta mão,
E meus dedos de anéis, como garras de harpias
Hão de rasgar-lhe a carne até o coração..."

Charles Baudelaire (09.04.1821 - 31.08.1867) in "As Flores do Mal"

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