segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

13.12.2010































se tirar os óculos
não vejo as fadas
inexistentes
que voam ao meu redor
se tapar os ouvidos
durmo mais depressa
no balanço dos acalantos
de minha bisavó
suspendo a respiração
sustenho o cheiro
da comida simples de minha mãe
as mãos adejam
em volutas que tocam
as rugas no rosto de minha avó
a língua estala palavras
paladares
no céu da boca
no espaço onde voa
a fada dos dentes
meus olhos despertam
semicerrados.


PAR - PT

1 comentário:

Marcos Burian (Buriol) disse...

Tanta nostalgia em nosso dias, não é mesmo. Sim, sim. Bons tempos eram aqueles que lá estão.

Santa Poesia