domingo, 26 de setembro de 2010

26.09.2010



Salada Semiótica de Orelha de Porco


o porco é um paradoxo
seu corpo sofre 
cortes epistemológicos
seu rabo encaracola-se
envolto em princípios
filosóficos, toucinhos
metafísicos...
seus pés sem tarsos
são só tutano


o porco engole ávido
todos os ossos da biblioteca
o porco acumula
em seu corpo
uma gordura, um ranço
uma tenrura semântica
o porco ronca, arrota
e peida... palavras
difíceis em linguagem
coloquial.


PAR - PT

1 comentário:

____ disse...

No rancho, tem um poço de pura porcaria
Lacaios que se esmeram no chão de um cercado lamacento
E de manhã, com queixo arado, de cara lavada
De mãos espalmadas que não acham o findar da testa
Faz festa nos focinhos, que a pressa do suíno pôs-lhe o saco
No lugar errado e o cheiro forte, e é rosa o porco
E há quem, no leito de um hospital, o coma, desacordado


Bom início de semana.
Abraço enorme e apertado!!

Santa Poesia