quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

09.02.11



na câmara escura
da corcova do camelo
encontrei dedos
a mexer-me nas partes
escondidas
dedos escuros
que furam a pele
e abrem caminhos
nos pelos da púbis
gônadas rachavam
sob o peso dos dedos
encolhiam-se vítimas
de precógnito medo
dedos finos
a correr oleosos
nas dobras das peles
amêndoas silenciosas
em superfície glandular
dedos desconexos
dedos complexos
burilam as virilhas
no breu das cavernas
do bucho dos bichos
os dedos mastigam
engolem ruminam
o resto do sexo
que há em mim.


PAR - PT

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Santa Poesia