sábado, 1 de janeiro de 2011

01.01.11


quero registar
os poros da pele
numa fotografia
enorme
pô-los na parede
a toda a volta
painéis de cópias
da tua pele
pela casa a fora 
 no tecto
no chão
na louça
no fundo das gavetas
tua pele a recobrir
falsamente
todos os elementos
da casa
e a casa
a suar
a derramar
teus aromas
nos rodapés
nas barras das cortinas
a casa inundada
da falsa
presença da tua pele
anjo da guarda
hipodérmico
à minha volta
membrana
semipermeável
dos nossos pecados
lençol branco
sobre os pedaços
de mim e de ti
fina camada
de pó
sobre os móveis
fantasmagóricos
quero fotografar
as dobras da pele
em movimento
num carro alegórico.

PAR - PT

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Santa Poesia