sábado, 22 de janeiro de 2011

22.01.11



não quero contar ovelhas
quero que adormeças ao som
das minhas verdades...
era uma vez... ninguém
que vivia em lugar nenhum
e fazia absolutamente nada...
até que um dia!
os porquinhos os carneirinhos,
os coelhinhos todos sem peles
pendurados num gancho
sem peles sem pelos lisos
como os bebés devem ser lisos
ouço seus balidos nos carros
que passam na estrada
quando tento em vão dormir
lábios de seda azul a murmurar
lendas aos meus ouvidos
embalam-me a dor no pescoço
espalham as sombras
a ciscar galinhas faisões perus
com suas patas trifurcadas
a rasgar-me a pele
seus bicos carinhosos
a furar-me os olhos.


PAR - PT

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Santa Poesia