quinta-feira, 19 de agosto de 2010

19.08.2010
















Precipício

Nós estamos na borda,
Da queda em profundidade,
O ascendente de claras revelações…
Tudo é tão claro,
As paredes da garganta
Que se movem para cima 
E para fora da sombra,
Iluminam cores em camadas
Que se vão reduzindo com a escuridão,
O sol desponta, passa em arco
E precipita-se no rio,
Seus raios queimam
As cascas das tangerinas,
A luz sangra por cima da borda
E escorre, distante, pelas fendas.
A luz do dia parece
Estalar em seus ossos…
E estes parecem
Códigos de barras,
Num registro que, quase por acaso,
Parece permanecer fóssil,
Preso na abundância nas paredes,
Aberrante e acre e doce,
E os cabelos desabam
Nos limites da beleza,
Assim como na distância se adivinha
A suave cadeira de cozinha
Em que nos sentamos pensativos…
Os ossos a serem envolvidos
Pela carne que estava em torno
Dos meus… nossos ossos combinados
Assim de maneira inconsequente.
Como uma secção transversal da lógica
Da garganta geológica
Que me deixa cair de onde eu estou,
Em milhões de centenas de máscaras,
De cobre e a oxidação,
E de outras muitas variedades de pedra.
Geologia humana que cai…
Nomeadamente pela falta
De evidência fóssil para algo novo …
Sobre a dinâmica natural entre
A terra e a história, a beleza e a arte
Para mostrar na superfície
De como é bonito e diverso
E sem importância o tempo
Que passamos Sozinhos
Ou com qualquer um outro.


PAR - Trofa - PT

Sem comentários:

Santa Poesia