quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

Delicioso Cadáver

Eu fui ousado o bastante
Para dar meu desprezo à ocasião.
Há uma chamada a agarrar a atenção
Eu detesto qualquer amor
Que signifique servidão,
Que esteja numa grade de programação,
Anunciando datas e épocas
Como sentenças penais.

Eu desfiz os laços
E os sorrisos brilhantes do compromisso,
E os equipamentos que cabem
Como um traje de palhaço;
Eu olho um palhaço,
E ressinto-me da canção
Mas amo a dança
Que conduz logo à cama,
Onde os risos são sempre bem-vindos.

Os convites às funções aparecem
Como sentenças de morte pelo comité,
E os petiscos servidos,
Com seus temperos de cianeto,
Aos doutores que querem sufocar-se
Com tais afrodisíacos paradisíacos.

Eu fico satisfeito de ter estado aqui
Por um tempo suficientemente longo
Para poder sair,
E não necessito ser levado à porta
Com seus lisuras e volte sempre.
No recolhimento, não há nenhum sexo
Excepto a carne perfunctória,
Nenhum oferecer do amor:
A vontade selada e calma de buscar,
Adoptar a postura modelo
E acreditá-la nas aparências,
Erguer os copos e bebericar…

Não há nenhum amor que ofereça vitórias,
Mas no desfazer das camas,
Existe um tempo deixado para trás.
Em todas minhas transacções com isto,
Eu tentei, a seguir fugi,
Às vezes não fugi sozinho.

Não há nenhum amor que ofereça vitórias,
Mas pode desfazer muitas camas.

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Santa Poesia