segunda-feira, 19 de julho de 2010

Marcuse

Herbert Marcuse 
19 de Julho de 1898 a 29 de Julho de 1979

(Feliz Aniversário)


Em 11 de novembro de 1941 Marcuse escreve a Horkheimer: 
"Não sou pessoa de deixar mensagens em garrafas" . 
O que temos a dizer não é apenas para um futuro mítico . 
Esta frase traduz de maneira exemplar o programa de Marcuse, 
o único filósofo da Escola de Frankfurt a levar adiante 
o projeto da teoria crítica dos anos 30 – manter unidas filosofia, 
teoria social e política radical. Donde suas divergências 
com Adorno no tocante ao tema das relações entre teoria 
e prática no contexto das rebeliões estudantis de 68, que podemos 
acompanhar pela correspondência aqui publicada. 
Para Marcuse a teoria crítica tinha a obrigação de politizar-se, 
sob pena de tornar-se anódina. Isso significava para ele, 
naquele momento, apoio inequívoco aos estudantes rebeldes, 
assim como o combate ao imperialismo americano, sobretudo no Vietnã.
Passados 30 anos, Marcuse parece, para utilizarmos uma definição 
de Rosa Luxemburgo a respeito de si mesma, 
fazer parte de uma outra espécie zoológica. 
Nesta era liberal-conservadora em que antigas notabilidades
de esquerda, em nome da inevitabilidade da modernização capitalista, 
aderiram cínica e alegremente ao partido da ordem, o intelectual 
Marcuse continua a impressionar por sua integridade 
política e moral, pela busca sem tréguas de respostas 
ao problema da dominação no mundo contemporâneo. 
Tendo participado na juventude de um conselho de soldados 
na Berlim revolucionária de 1918, evento que o marcou profundamente, 
Marcuse daí em diante aplica suas energias intelectuais a entender 
por que "todas as revoluções foram também revoluções traídas" 
(Eros e civilização) e onde estariam as brechas que 
poderiam levar a ruptura do capitalismo.

(Isabel Loureiro, Apresentação a Herbert Marcuse, 
Grande Recusa Hoje, p. 7)




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